
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), criticou duramente a situação em Gaza, afirmando que "nada justifica o genocídio em curso".
Lula destacou que a situação na Palestina é emblemática do uso desproporcional e ilegal da força.
“Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes.”
O presidente também lamentou o impacto humanitário do conflito.
"Ali também estão sepultados o direito internacional humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente. Esse massacre não aconteceria sem a cumplicidade dos que poderiam evitá-lo. Em Gaza, a fome é usada como arma de guerra. O deslocamento forçado de populações é praticado impunemente”, completou Lula.
Lula expressou admiração “aos judeus que, dentro e fora de Israel, se opõem a essa punição coletiva”.
“O povo palestino corre o risco de desaparecer. Só sobreviverá como Estado independente e integrado à comunidade internacional. Essa é a solução defendida por mais de 150 membros da ONU, reafirmada ontem aqui neste mesmo plenário. Mas obstruída por um único veto”.
Sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, Lula avaliou que já é sabido por todos que não haverá solução militar.
“Um recente encontro no Alasca despertou a esperança de uma saída negociada. É preciso pavimentar caminhos para uma solução realista. Isso implica levar em conta as legítimas preocupações de segurança de todas as partes”.“A Iniciativa Africana e o grupo Amigos da Paz, criados por China e Brasil, podem contribuir para promover o diálogo”, concluiu o presidente.