Domingo, 27 de Julho de 2025
O Anuário Estatístico da Agricultura Familiar aponta um crescimento de 5,5% no rendimento médio mensal dos trabalhadores da agropecuária no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em termos absolutos, o salário passou de R$ 2.022 para R$ 2.133.
O estudo, realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), abrange empregados em atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
O rendimento médio reflete a variação dos salários nas cinco grandes regiões brasileiras. No Norte, o incremento foi de 21%; no Nordeste, 7,5%; no Sudeste, 1,7%; e no Sul, 9,7%.
O Centro-Oeste registrou perda de renda de 7,9%. Apesar disso, a região mantém o maior valor médio pago de salário: R$ 3.492, acima dos valores do Nordeste (R$ 1.081) e do Norte (R$ 1.997), e também superior ao Sudeste (R$ 3.147) e ao Sul (R$ 3.147).
Segundo Vânia Marques Pinto, presidente da Contag, o anuário visa monitorar as remunerações e orientar a atuação da entidade.
“A Contag vem pautando os entes federativos para rever e qualificar políticas públicas para os povos do campo, da floresta e das águas”, afirmou em nota à imprensa.
O anuário também registra a redução do desemprego feminino no campo pelo terceiro ano consecutivo. Em 2024, a taxa foi de 7,6%, a menor desde 2015.
Além da aceleração da atividade econômica, Contag e Dieese destacam a qualificação da força de trabalho feminina como fator relevante para a melhoria da oferta de emprego.
“Segundo a pesquisa, o nível de instrução das mulheres acima de 15 anos que moram em zonas rurais avançou significativamente entre 2012 e 2024. O percentual das que possuem Ensino Superior triplicou, saindo de 2% para 6%. A fatia daquelas que concluíram o Ensino Médio também subiu significativamente, passando de 14% para 25% no período. Ao mesmo tempo, a população feminina rural sem instrução e com menos de um ano de estudo recuou de 14% para 10%, enquanto a parcela com Ensino Fundamental incompleto caiu de 50% para 38%”, conclui a nota da Contag.